Você sabia? O pterígio pode voltar mesmo após a cirurgia!

Você sabia? O pterígio pode voltar mesmo após a cirurgia!

O pterígio é uma condição ocular caracterizada pelo crescimento anormal de tecido epitelial e fibrovascular sobre a córnea. Esta condição pode causar complicações como visão prejudicada, astigmatismo induzido e inflamação recorrente. 

A principal forma de tratamento é a cirurgia, mas um dos maiores desafios enfrentados é a recorrência do pterígio após a remoção cirúrgica.

Fatores de risco para recorrência do pterígio

Vários estudos identificaram fatores que aumentam a probabilidade de o pterígio voltar após a cirurgia. Entre os principais fatores de risco estão:

  • Doença do olho seco: pacientes com olhos secos têm maior predisposição à recorrência.
  • Idade jovem: indivíduos mais jovens tendem a ter uma taxa de recorrência maior.
  • Etnia negra: estudos indicam uma maior incidência de recorrência entre pacientes de etnia negra.
  • Técnicas cirúrgicas: técnicas como suturas excessivas, tamanho inadequado do enxerto conjuntival e espessura do enxerto podem contribuir para a recorrência.
  • Inflamação pós-operatória incompleta: A falta de controle adequado da inflamação após a cirurgia pode favorecer o retorno do pterígio.

Prevenindo a recorrência

Embora não exista uma solução universalmente eficaz para evitar a recorrência do pterígio, algumas medidas podem ser tomadas para reduzir as chances de retorno:

  • Uso de cola de fibrina: substituir as suturas por cola de fibrina pode reduzir as taxas de recorrência.
  • Medicamentos específicos: o uso de medicamentos como mitomicina C (MMC) e 5-fluorouracil (5-FU) antes, durante e após a cirurgia pode ajudar a prevenir a recorrência. A MMC é especialmente recomendada em casos recorrentes, embora suas complicações específicas devam ser consideradas.
  • Enxerto conjuntival autólogo (CAU): este tipo de enxerto tem se mostrado superior ao transplante de membrana amniótica no tratamento de pterígios recorrentes.
  • Injeções subconjuntivais de 5-FU: injeções semanais de 5-FU têm sido eficazes e seguras para interromper a progressão do pterígio recorrente.

Dicas para reduzir a chance de recorrência

Para minimizar o risco de recorrência do pterígio, é importante seguir algumas recomendações:

  • Proteção solar: utilize óculos de sol com proteção UV para reduzir a exposição aos raios ultravioleta, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento e recorrência do pterígio.
  • Lubrificação ocular: manter os olhos bem lubrificados com lágrimas artificiais pode ajudar a evitar a doença do olho seco, um fator de risco para a recorrência.
  • Acompanhamento regular: visitas regulares ao oftalmologista são essenciais para monitorar a saúde ocular e detectar precocemente qualquer sinal de recorrência.
  • Evitar ambientes adversos: reduza a exposição a ambientes que irritem os olhos, como locais com poeira, vento ou fumaça.

A recorrência do pterígio após a cirurgia é uma preocupação significativa, mas com o conhecimento dos fatores de risco e a adoção de medidas preventivas, é possível reduzir a chance de retorno. 

O uso de técnicas cirúrgicas adequadas, adjuvantes medicamentosos e cuidados pós-operatórios rigorosos são fundamentais para melhorar os resultados e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

Se você tiver dúvidas ou precisar de mais informações sobre o pterígio e seu tratamento, não hesite em agendar uma consulta. Estamos aqui para cuidar da sua saúde ocular!

Dr Cláudio Picosse – CRM/MG: 44139

Referência: 

Journal of Current Ophthalmology. Acesso em 21/06/2024 – Disponível em: https://journals.lww.com/joco/fulltext/2021/33040/recurrent_pterygium__a_review.1.aspx 

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