Exames oculares na terceira idade ajudam a identificar risco de demências, como o Alzheimer
Quando falamos em saúde da população idosa, não queremos apenas que essas pessoas vivam mais tempo. O grande objetivo é, na verdade, que elas possam ter um maior bem-estar, independência e qualidade de vida.
Ao olharmos para as projeções do IBGE, percebemos que esse é o momento ideal para estudar, conhecer e cuidar dos mais velhos. O número de idosos no Brasil cresceu 18% entre 2012 e 2017, segue aumentando e deve representar até 1/3 da população em 2060, mais até do que a quantidade esperada de crianças entre 0 a 14 anos.
SAÚDE OCULAR DOS IDOSOS
Como sempre costumo destacar, a saúde dos olhos tem uma influência muito forte no dia a dia das pessoas da terceira idade.
Um pouco antes dessa fase, por volta dos 40 anos, podem surgir os casos da chamada “vista cansada”, nome popular da presbiopia. Esse problema é uma má acomodação do cristalino e faz com que as pessoas tenham dificuldade para enxergar de perto, o que exige aquele hábito comum de afastar os objetos – como livros e celular – para conseguir focá-los da maneira adequada.
Já a partir dos 60, são maiores os riscos de desenvolvermos doenças mais sérias como a catarata, o glaucoma e a degeneração macular, todos com potencial de evoluir para a cegueira. Com a grande quantidade de casos e a falta de cuidados médicos, vemos cada vez mais uma população isolada, dependente da família e até mesmo fragilizada do ponto de vista emocional.
EXAMES OCULARES X DEMÊNCIAS
Pensando na prevenção do adoecimento e na garantia da qualidade de vida, é importante que todos tenham o hábito de consultar um oftalmologista pelo menos uma vez ao ano. Esse compromisso começa ainda na infância e se estende por toda a vida adulta, permitindo mapear os riscos, identificar as doenças em fase inicial e dar início aos bons tratamentos o quanto antes.
E se você acha que os benefícios dos exames ficam apenas na visão, eu preciso mencionar as descobertas de um estudo bem recente, publicado na revista JAMA Network.
Ao analisar a saúde ocular e mental de 1.202 pessoas durante longos anos, os pesquisadores descobriram uma relação muito interessante:
- Os pacientes que tiveram uma queda na acuidade visual e na percepção da profundidade também notaram piora nas atividades de linguagem e memória.
- Por outro lado, quem tinha dificuldade maior em notar os contrastes teve um declínio não apenas na linguagem e na memória, mas também na atenção e nas chamadas habilidades visuoespaciais. Só para ter uma ideia, elas são importantes para atividades simples do dia a dia, como dirigir, cozinhar e andar de bicicleta.
É importante ressaltar que essa associação entre saúde ocular e cognitiva merece muita atenção. Um outro estudo publicado na revista Ophthalmology defende que os idosos com demências têm mais chances de desenvolver problemas de visão. Da mesma forma, pessoas com algum grau de deficiência visual também são mais propensas a desenvolver demências, como o Alzheimer. Em geral, isso pode acontecer tanto pelos danos biológicos quanto pela depressão e isolamento social.
Filhos e netos têm um papel fundamental para a mudança desse cenário e devem levar os idosos ao oftalmologista regularmente. Caso tenha alguma dúvida, lembre-se que eu estou à disposição. Você pode agendar um horário pelos telefones que estão sinalizados no topo do meu site:
Sermed:
Telefone: (34) 3236-4500
Whatsapp: (34) 99681-6446
HCO – Centro Completo de Oftalmologia de Uberlândia:
Telefone: (34) 3291-2400
Whatsapp: (34) 9.9862-2400
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Dr Cláudio Picosse – Oftalmologista
CRM MG: 44139