A cirurgia refrativa é segura para DIABÉTICOS?
A diabetes é uma doença crônica caracterizada pela não produção ou má utilização da insulina, hormônio que controla a quantidade de glicose (açúcar) no nosso sangue. Para se ter uma ideia, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, esse problema faz parte da vida de mais de 13 milhões de brasileiros, sendo um grande fator de risco para complicações na saúde.
No que diz respeito à saúde ocular, também é importante ficarmos atentos. O excesso de açúcar no sangue tem o potencial de danificar os vasos sanguíneos da retina, estrutura dos olhos responsável pela captação da luz e formação das imagens que enxergamos. A longo prazo, esses danos favorecem o surgimento de microaneurismas, hemorragias e edemas na região, comprometendo gravemente a visão do paciente. Esse quadro é chamado de retinopatia diabética e representa 12% dos novos casos de cegueira legal.
Além de aumentar os riscos de uma retinopatia, o alto índice glicêmico também pode atrapalhar o nosso organismo no enfrentamento às infecções e processos de recuperação cirúrgica. É por esse motivo que – respondendo à pergunta que dá o título a esse artigo – é necessário avaliar cuidadosamente qualquer procedimento em pacientes com esse perfil.
COMO FUNCIONA A CIRURGIA REFRATIVA?
Essa cirurgia é indicada para correção a laser dos chamados erros refrativos, como a miopia, hipermetropia e astigmatismo, proporcionando a independência do grau de óculos. A operação é feita sob anestesia local (colírio), sem internação e dura cerca de 10 minutos, em média.
QUAIS AS ORIENTAÇÕES PARA OS DIABÉTICOS?
Os principais estudos que mapeiam os riscos da diabetes para a cirurgia refrativa foram feitos com base na técnica LASIK, caraterizada por um corte fino e circular na superfície da córnea por onde o médico insere um laser para remodelar a estrutura.
Os protocolos atuais da Academia Americana de Oftalmologia defendem que:
- Por si só, a diabetes não é uma contraindicação absoluta.
- A realização da cirurgia refrativa em um diabético só pode ser feita nos casos em que o índice glicêmico esteja comprovadamente controlado.
- Será sempre necessário avaliar o quadro do paciente de maneira cautelosa, preservando sua segurança antes e depois do procedimento.
- A existência de outra doença sistêmica (como a hipertensão) ou ocular (como a retinopatia) deve sempre ser considerada pelo oftalmologista e pode impedir a cirurgia.
- Não há uma diferenciação relevante para os riscos da diabetes tipo 1 e tipo 2.
- Um outro motivo para dar preferência à técnica LASIK, além da existência de estudos, é o fato desta ter um tempo de cicatrização menor.
- Os diabéticos tendem a apresentar um tempo de recuperação maior em relação aos pacientes não-diabéticos. Isso requer cuidados redobrados no pós-operatório, sempre com acompanhamento médico.
- Um dos principais incômodos após a cirurgia refrativa é o olho seco, quando há vermelhidão, coceira e sensação de corpo estranho. Nos diabéticos, os sintomas podem ser um pouco mais intensos, por isso se faz necessária a utilização de colírios específicos (somente sob recomendação profissional).
- Quanto maior o tempo de convivência com a diabetes, maiores as chances de apresentar um problema de visão. Se o paciente tem retinopatia, é bom entender que a cirurgia refrativa não vai corrigi-la. Os efeitos se aplicam apenas aos erros de refração.
Se você, diabético, tem um erro refrativo e gostaria de corrigi-lo pela cirurgia a laser, a principal recomendação que tenho a fazer é: procure um oftalmologista especialista no assunto. Não dá para indicar ou contraindicar o procedimento sem uma avaliação completa do seu estado de saúde e sem a realização de exames complementares.
Caso tenha alguma dúvida ou interesse em se consultar, estou à disposição. Você pode agendar um horário pelos telefones que estão sinalizados no topo do meu site:
Sermed:
Telefone: (34) 3236-4500
Whatsapp: (34) 99681-6446
HCO – Centro Completo de Oftalmologia de Uberlândia:
Telefone: (34) 3291-2400
Whatsapp: (34) 9.9862-2400